terça-feira, 31 de maio de 2011

Como fazer um Portfolio


Aqui vão alguma dicas de como apresentar um bom portfolio.
Há algum tempo postamos uma mensagem de que vamos colocar os portfolios de nossos leitores, a partir dai passamos a receber diversos e-mails com os portfolios dos mais variados tipos.
Mas infelizmente a galera ainda tem vários erros mortais que eliminam até o melhor dos candidatos numa seleção, por isso que estou demorando tanto para postar os portfolios que prometi.
Para quem não conhece, o publicitário Eugênio Mohallem criou um Manual do Estágiário, é um guia e quase um dossiê de como montar um portfolio de arte para publicitário. O manual é tão bom que apesar de ser antigo, serve até hoje também para quem é designer ou quem já está no mercado a anos.
Se você não tiver paciência de ler (mas devia), aqui vão algumas dicas principais do que pode queimar seu filme no portfolio.

1ª) Jogue fora seu currículo.
Como a imagem acima sugere, esqueça o currículo mesmo que online. Com um bom portfolio ninguém vai querer saber se você estudou na faculdade X ou Y, nem se você fez curso de inglês, muito menos o número do seu RG (tem gente que ainda põe isso). O selecionador vai se concentrar no que pode fazer por ele.
Você fez curso de Photoshop? Tô nem ai, tem gente que não fez e sabe mexer melhor do que você.
No lugar disso faça um resumo do seu perfil em 5 ou 6 linhas, pense como o Twitter, onde 140 caracteres bastam para mandar uma mensagem.

2ª) Não seja pato.
É uma regra das boas agências não contratar profissionais patos.
O pato é um dos poucos animais da natureza que sabem andar, nadar e voar, mas não fazem nenhuma dessas coisas direito. Portanto você que é designer de embalagens, de logos, de revista, de vídeo, de web e afins por incrível que pareça vai ter menos chance no mercado. O melhor é se especializar naquilo que você melhor se encaixa.
É que nem minha prima, que fez administração e já tinha trabalhado numa confeitaria, e outro dia mandou currículo para o Bradesco sem dizer que cargo queria, depois de um tempo chamaram ela para copeira. Lógico que não aceitou, mas perdeu uma chance, pois alguém que poderia ter dado um emprego dentre tantos currículos leu o dela, mas não sabia o que ela queria.
Se mesmo assim você insistir nesta idiotice eclética por necessidade financeira, faça portfolios diferentes em sites diferentes onde quem visita um não tem como saber da existência do outro. Por exemplo Ilustração, Design, Publicidade, etc.

3ª) Tenha senso crítico.
Coloque no seu portfolio apenas as melhores peças que você foi capaz de produzir. Eu sei que você passou noites em claro fazendo esses materiais e quando prontos são como um filho para você, mas nem todos nascem com a sua cara, ou a cara de como você quer parecer, então esconda o teste de DNA e negue qualquer envolvimento, diga que é filho do cliente.
Aliás, se o cliente aprovou provavelmente não serve para seu portfolio. Todos bons designers e publicitários tem 80% a 100% de seus portifolios formado por peças fantasmas, por que você quer ser diferente?

4ª) Não basta ser fantasma, tem que causar espanto.
Esta é a regra que todo mundo quer, que é a de fazer as melhores peças. Na verdade eu também não darei esta regra pois ela não existe.
Não existe uma fórmula ou um segredo para se fazer um bom portfolio. O que existe é muito trabalho, dedicação, tentativas e muitos erros. Só assim você poderá chegar a algum resultado.
Tirando aqueles estalos milagrosos que acontecem a cada 75 anos, pense que é necessárias 20 a 40 tentativas para sugir um bom logo ou anúncio.
Não plageie, mas você pode buscar inspiração em sites ou blogs especializados. Vai abaixo a lista de alguns dos que eu costumo ver, é bom salvá-los nos favoritos:
Assuntos Criativos (lógico), Choco La Design, Marketing na Cozinha, Design on the Rocks, Ads of the World, Puta Sacada, Bem Legaus, Caligraffiti, Espaço, Design in Box, Design Blog e muitos outros (infelizmente não dá para colocar todos).
Imagine se algum de seus trabalhos está a altura de aparecer neles.

5ª) Como apresentar online?
A não ser que você seja webdesigner, você não tem obrigação nenhuma de ter o site mais bonito da web. Lógico que a apresentação conta, mas um designer produto não precisa saber Flash ou código ActionScript no seu dia a dia e se ele souber, voltariamos com a história do "pato".
Você pode usar álbuns simples de fotos como o Picasa ou o Flickr.
Mas se mesmo assim você acha que apresentação é tudo você pode contratar um bom WebDesigner e serviço de hospedagem ou usar o Carbonmade, o Deviantart, ou o Sites Google.
Não aconselho o uso de blogs. Eles têm a vantagem do selecionador poder assinar o RSS (o que quase nunca acontece), mas pecam pelo layout. Se optar pelo blog busque templates mais bonitos.
Atenção eu já vi sites muito sites bonitos com portfolios horríveis e me deu mais raiva do que se eu tivesse visto em outro lugar.

6ª) Poupe o tempo do selecionador.
Provavelmente o selecionador também será seu futuro diretor de arte e o que ele menos quer é um subalterno que faça ele perder tempo. Como ele é um cara ocupado com tantos jobs em sua mesa, clientes te dando dor de cabeça e uma lista de portfolios para ver em sua caixa de entrada. Mostre que você é direto e prático desde antes dele te conhecer. Faça um portfolio objetivo com apenas 10 a 15 peças.
"Mas isso é pouco para mostrar o que sei. E meus outros filhos?" Como na história do twitter seja sucinto, se ele abrir uma página com o 50 trabalhos provavelmente vai fechar o navegador antes de ver os 5 primeiros que talvez nem sejam os melhores.
E quanto a história dos outros filhos, deixe isso para outro dia numa conversa informal.

Estas regras ainda são poucas, mas eliminam os erros mais graves.

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